terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Vejam, vejam, vejam



O amigo Rogério, que conheci por aqui, fez-me chegar algo: alguém já fez (ou está a fazer) este "barquinho"). Obrigado Rogério. Sempre é possível.

Que inveejjaaaaaaa.

Está aqui a prova.

sábado, 15 de setembro de 2007

Mãos à obra II

Os materiais apresentados no projecto tiveram também que sofrer redução de 1/5 (mais ou menos).

O contraplacado que estou a utilizar é de 4mm, os barrotes (de pinho) de reforço das estruturas transversais são de 10mm x 10mm e o barrote de suporte da quilha é de 10mm x 20mm.

Estou a utilizar cola epoxy Araldit Stantard da Ceys (7.50€ no MaxMat, 4.50€ no Jumbo!!!). É cola de dois componentes de forte ligação e com capacidade de enchimento (o que dá muito jeito quando a serra não faz o que lhe mando).

Embora a cola seja muito boa, estou a reforçar a ligação barrotes/contraplacado com pregos de aço de 9mm (piquininos).

A ligação destas estruturas à quilha é reforçada com parafusos.
Os barrotes de apoio do deck, curvos, foram feitos com duas peças de pinho de 5mm x 20mm coladas sobrepostas. A baixa espessura (5 mm) facilita a curvatura. São coladas curvadas como é claro.

Estamos assim:








E faltam 3.

domingo, 9 de setembro de 2007

Mãos à obra

A primeira coisa a fazer foi passar para papel e à escala natural, os desenhos do projecto, não esquecendo de dividir todas as medidas por 5.

Um esquadro, uma régua, um escatihão de arcos, um pedaço de fio a fazer de compasso e um lápis, foi o material necessário para esta tarefa.

O resultado foi este:










A passagem do desenho para as folhas de contraplacado é simples: coloca-se o desenho sobre a madeira e com um prego marcam-se todos os vértices. A partir destas marcações é simples reproduzir as linhas sobre a madeira.

Depois é só cortar.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

O projecto

O projecto está muito bem feito: todos os desenhos muito perfeitinhos, devidamente cotados (com as medidas todas).

Mesmo sem experiência, qualquer um pode entender como se contrói o barquinho.




O autor disponibiliza ainda um ficheiro AutoCad com todos os desenhos, de tal forma que, quem tiver acesso a este programa de desenho bem como acesso a uma plotter, poderá "imprimir" todos os desenhos à escala, o que, como se verá, é fundamental para se cortar a madeira nas forma e medida exactas.

Não foi o que fiz.

Como o que vou fazer é numa escala menor (1:5) desenhei todas as peças em papel à escala natural, dividindo todas as medidas apresentadas nos desenhos por 5.

Repito: quem tiver e souber trabalhar com o AutoCad, fará esta redução com uma perna às costas.

Para os artesãos, uma régua, um esquadro, e 1 metro de fio a fazer as vezes de compasso, são mais do que suficientes.

Foi muito bom relembrar os métodos para traçar paralelas, perpendiculares, etc.

Aviso à navegação

Um amigo preocupado informa-me de que não poderei utilizar o veleiro que me proponho construir em condições das que o vídeo do primeiro post apresenta.

Eu agradeço o aviso e mais informo que aquele vídeo se refere a uma regata chamada
BT Global Challenge, segundo algumas opiniões, a mais dura regata do mundo já que faz uma “volta ao mundo” “ao contrário”, isto é, contrariando ventos e correntes marítimas dominantes.

Os veleiros utilizados naquela regata são todos iguais e têm, basicamente, as seguintes características:

- Comprimento: 22m
- Deslocamento (meia carga): 40 toneladas
- Balastro: 12.5 toneladas
- Depósito de água potável: 1,775 litros
- Depósito de combustível: 2,150 litros
- Casco: aço
- Deck: aço inoxidável

Para quem não se inteirou das características do meu futuro barquinho só uma comparação:

- Deslocamento: 1,2 toneladas

Isto é, todo o meu barquinho pesa menos do que o depósito de água potável de um daqueles que se podem ver no vídeo e que custam a módica quantia de 1.200.000 dólares.

Ok?!?!

Saber mais





Quem não sabe nada só pode vir a saber mais; é um facto feliz.

Eu sou um dos que sabe muito pouco sobre construção em madeira e absolutamente nada sobre construção naval em madeira. Por isso procurei informação sobre o assunto.

“Como construir seu barco”, de Pierre Guttelle e editado pela Hemus (Brasil) é um livrinho com 173 páginas que introduz qualquer um nos meandros deste tipo de construção.

Não creio que alguém seja capaz de construir uma embarcação em madeira seguindo apenas este livro, mas fica-se alerta para muitas questões que, inevitavelmente, surgirão ao longo do trabalho. Sobretudo, fica-se a saber o que precisamos de saber melhor.

Coisas como: utensílios, materiais (madeiras, colas), traçados, molde e pintura são razoavelmente bem tratados neste livro. Foi o primeiro que comprei.

Como a ignorância era absoluta e este livro não me satisfez, encomendei um outro (estou ansioso que chegue) na Amazon que me parece bem mais completo.

É
este:





Na NET é possível encontrar diversos sites com informação mais ou menos completa sobre o assunto, nomeadamente fóruns de discussão. O Google responde afirmativamente a buscas como “construir um veleiro”, “sailboat build”, etc.


Um barco é um barco é um barco


Pois é: acontece ao mais bem pintado.

Há muitos anos que me fascino com as coisas do mar, nomeadamente os barcos, e em especial os veleiros.

O tio Luís tinha um e muitas vezes me desafiou para dar uma voltinha: "nada de especial, só ao longo da costa". Ele estava em Faro, eu no Porto e nunca aconteceu. Agora é tarde. Enfim.

Pois os veleiros põe-me doido; fico ali a vê-los e a imaginar viagens impossíveis.

Tanto andei que resolvi: vou construir um (há loucuras maiores).

Animado (muito animado - a loucura deve ter destas coisas), comecei à procura de projectos, de informação sobre alguém que se tenha já lançado em tal empreitada e ... encontrei.

Descobri um projecto livre de direitos, e que, ao que parece, já alguém terá executado com sucesso.

Questões laterais como sejam: carta de marinheiro, solução para eventuais enjoos, que trâmites são necessários para a legalização e homologação de uma embarcação construída no quintal, quanto custará tal coisa, que tempo levará a construí-lo, como raios irei tirá-lo daqui depois de pronto, quanto custará transportar semelhante "animal" até à água mais próxima, etc, não me afligem por aí além; um sonho é um sonho e só a mera possibilidade de COMEÇAR a realizá-lo secundariza qualquer dificuldade.

Ora comecei a fazer contas à vida e fui descobrindo.

O "animal" mede 8 metros de comprimento e, apesar de ter espaço no quintal para tal coisa, havia a considerar o tempo que me levaria construí-lo. Calculei assim por alto uns dois anos e portanto dois invernos.

Parece que as construções em madeira não se dão muito bem com chuva pelo que havia que construir um abrigo, um barraco, onde pudesse lançar mãos à obra. Se um barco, mesmo meio construído, é coisa que fica bem em qualquer quintal, já um barraco ...

Dormi umas noites a pensar no assunto (... e a sonhar) e concluí que era muita chicha.

Era muita chicha por muitos motivos (aqueles todos ali em cima) mas o que mais me preocupava era a pouquíssima experiência em trabalhos em madeira.

Mas um sonho é um sonho e se não puder ser muito grande, diminui-se-lhe o tamanho. Eu tinha era que começar.

Assim foi que resolvi construir aquele projecto mas, mas, mais pequenino. Não era o que queria mas sempre podia treinar o manejo da madeira, experimentar resolver as dificuldades que me fossem surgindo e sobretudo, não deixar morrer o sonho.

Assim foi (está a ser): estou a construir aquele belo veleiro à escala 1:5 (ou seja com 1/5 do tamanho original).

Será coisa para ter 1.6 m de comprimento e cerca de 50 cm de largura máxima e o mastro atingirá a fabulosa altura de 2.5 m.

Sempre poderei pendurá-lo na sala de estar que fica muito bem.

É pois para dar conta do andamento dos trabalhos, quem sabe para contagiar alguém para loucura similar, que criei este blog.

Na eventualidade de alguém, algum dia, chegar aqui, estou aberto ao diálogo: reparos, sugestões, questões, etc, serão muito bem vindas (sou um louco que gosta de companhia).

E entretanto deliciem-se: